Quem decide o que você faz da sua vida?


Hoje não vamos falar sobre viagens, como você está acostumado a ler por aqui. Mas com certeza esse texto tem a ver com uma “viagem” maior e muito interessante.


Se você tem mais de 30 anos, com certeza já ouviu aquela música dos Titãs “A televisão me deixou burro, muito burro demais”. Sim, diante da telinha você se torna um ser passivo que só assiste ao que lhe é exibido.

Com a chegada da Internet, parecia que tudo ia mudar. A ideia da interação, do acesso a qualquer hora e principalmente do poder de escolha, fizeram com que o mundo ficasse pequeno. Mas, não é bem isso que tem acontecido. As pessoas tem consumido somente o que os algoritmos querem que elas vejam.

Então você se pergunta, que diabos é um algoritmo?

Um algoritmo é uma combinação de dados que os programas de computador coletam para determinar as suas preferências e lhe oferecer soluções. Ele é o responsável pelas pesquisas que o Google faz, pelos anúncios que aparecem nas páginas que você entra, pelas sugestões de filmes que o Netflix te oferece, pela seleção de músicas que o Pandora encontra e que são exatamente do seu gosto, etc.

De acordo com um estudo da Universidade de Stanford (EUA) o algoritmo pode determinar a personalidade de alguém com mais precisão do que seus amigos e familiares, e quase tão bem quanto seu cônjuge. Mas vamos exemplificar.

Se você utiliza o Facebook já deve ter percebido que nem tudo o que seus amigos publicam aparece no seu feed de notícias. Mas, por quê? Imagine seu feed como sendo uma estrada. Onde carros são os posts dos seus amigos e ônibus são os posts das fanpages que você curte. Como existem cada vez mais pessoas conectadas querendo transmitir suas mensagens, mais e mais conteúdo está sendo criado e compartilhado diariamente.

O que fazer para evitar um “congestionamento”?

O Facebook limita a passagem desses carros e ônibus na sua estrada. Em vez de mostrar tudo que é publicado, o feed de notícias mostra apenas o conteúdo que ele acredita ser mais relevante para você. Ou seja, somente aparecem as novidades das pessoas que o algoritmo do Facebook seleciona baseado nas suas afinidades. Ele analisa suas preferências através do que você curte, comenta e compartilha mais.

Esta limitação de posts afeta principalmente as fanpages. Hoje para que um post seja lido por seus fans, ou voltando a nossa analogia, para que um ônibus circule na sua avenida, as empresas tem que colocar a mão no bolso. O Facebook cobra pelos “post patrocinado” e as empresas pagam para que suas mensagens sejam lidas por mais e mais pessoas.

E isso tudo não é sacanagem?

Não. Veja bem, não estamos defendendo o Facebook. Como qualquer empresa eles precisam ganhar dinheiro de alguma maneira. That’s business! Por anos, as fanpages tiveram seu conteúdo divulgado sem qualquer custo. E isso foi excelente para que pessoas comuns conhecessem muitas coisas que talvez nem imaginassem, caso não estivessem conectadas às redes sociais.

Mas, cadê o meu livre arbítrio?

Antes da revolução das redes sociais, quem decidia o que ler, assistir, ouvir, consumir, era somente você. Você enviava emails ou mensagens para os seus amigos contando as novidades. Você procurava em sites as notícias que queria se aprofundar. Você se inscrevia em blogs que eram do seu interesse. Você resolvia assistir a um filme simplesmente porque gostou da sinopse. Enfim, você estava no comando. Suas escolhas eram feitas exclusivamente por você.

É claro que, deixar um algoritmo decidir qual a próxima música que você vai ouvir, pode ser algo bom. Por uma questão de conveniência, e por uma questão de lucro, algoritmos estão se tornando onipresente. Mas antes de assumir completamente as nossas vidas, devemos reconhecer suas limitações. O que é importante perceber sobre a previsão algorítmica é que os comportamentos passados não preveem um comportamento futuro. Existe uma correlação forte, em muitos casos, entre os dois. Mas é apenas uma correlação.

O que está acontecendo hoje é: você diz que gosta de maçã e banana. Então, o algoritmo te oferece um suco de maçã ou uma torta de banana. E se você não se permitir sair daquele universo, nunca vai experimentar lichia e descobrir que é uma delícia. Aquele amigo que você perdeu o contato, pode ter muito em comum contigo hoje. Aquele blog que você gostava, pode estar postando muita coisa legal que você não está lendo.

E agora?

Veja bem, não estamos dizendo que os algoritmos não podem ser úteis, aliás eles são extremamente úteis, em muitos casos. Mas achamos que é importante compreender o que são e como funcionam para que possamos dimensionar a responsabilidade que estamos dando a eles.

Você nasceu com o poder de decidir qual caminho seguir e analisar os resultados disponíveis. Não se limite ao que te oferecem. Não seja preguiçoso, consumindo apenas aquilo que aparece nas suas redes sociais. Levante e vá atrás de mais informações. Converse com pessoas diferentes. Ouça outras músicas. Leia outras opiniões. Permita-se experimentar coisas novas. E principalmente, não deixa que o algoritmo decida sua vida.

Se você achou essa ideia interessante, compartilhe e divulgue da maneira que VOCÊ achar melhor. Porque grandes empresas tem grandes orçamentos para divulgar suas mensagens. Mas nós, assim como vários blogueiros, nem sempre podemos patrocinar nossos pensamentos. E sim, assine a nossa newsletter (ali em cima, no canto superior direito) para receber mais textos e vídeos bacanas.

 

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A paixão por viajar e as iniciais do nome são duas coisas que o casal de publicitários Ana e André têm em comum com os filhos Alex, 7 anos, e Alice, 3. Através de imagens, você "viaja" com essa família linda que compartilha suas aventuras de uma maneira divertida e inesperada. Ases a Bordo é um vlog com episódios em vídeos de 5 minutos, que vão ao ar semanalmente no Youtube. A websérie tem o objetivo de incentivar pais a curtirem mais as viagens com seus filhos.

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9 thoughts on “Quem decide o que você faz da sua vida?

  1. Além de muito bem escrito este texto, foi bem criativo e induziu à reflexões bastante interessantes.
    Foi brilhante a criação desse tema e a as idéias oferecidas para as viagens com os filhos. Estão de parabéns os “Ases a Bordo”.

  2. Perfeito! Vou compartilhar la no Viagens que Sonhamos. O texto é longo, mas vale a pena ser lido. Assunto muito bem comentado pelo pessoal do Ases a Bordo. Faça você as suas escolhas!!

  3. Ótimo texto do Ases a Bordo, questionando a nossa passividade perante o conteúdo que nos é apresentado pelas redes sociais.
    Alguém mais percebeu uma mudança nos assuntos exibidos na time line?
    Pois bem, o texto nos lembra que quem está no comando somos nós wink emoticon
    Vale a leitura e reflexão.

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